Letra de 'Liberdade Financiada' de Viela 17

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Foi revirando muitos anos atrás bem me lembro
Um mar de ódio, um canalha revirou seu veneno
Queimou a minha quebrada, meu conceito, meu futuro
Porra, bota a cara ta na empreita, ou em cima do muro
Vagabundo vai tomar pra servir de isca
O conselho foi ralar você de teimoso que fica
Falou besteira vagabundo se fazendo, cara
Disse e se sua mina é uma puta, a minha de santa tem nada
Eu não posso destacar, ter carro do ano
Enquanto me infarto na lama, o bote é conchavo no plano
Dinheiro sujo, muito pó, vadia à revelia
Carro filmado na cena, lucro e churrasco de dia
Luto moleque por decência e vida crescente
Enquanto você suga todo sangue vampiro demente
Farol vermelho denuncia a linha de tiro
Onde quem mostra a garra, cospe no próprio domínio
Não posso ir e vir, tropeçar se não é fogo
Pode crê se liga, sou viela Ceilândia no topo
Quanto mais cresce a colheita, olho grande emplaca
Não to pra comédia, muito menos conversa fiada
Jamais me vendo, to no jogo, no pódio ladrão
No bote é três palito, abre a pata maldito vilão
Finge ser líder apazigua ao seu interesse
Sem liberdade por nada, morre igual peixe na rede

Com a família não se brinca tá ligado irmão
A liberdade canta, vou pra rua som de função
Favela é isso, compromisso na real missão
Estamos prontos pro combate, salve expansão
Eu sou de quebra, o fundão é meu abrigo firma
Junto aos parça, o som que contamina, viva a vida
Eu vou contar liberdade sem amarras pra já
Faço meus planos, pode pá.

Premeditado ao conflito, moleque se liga
Paz não faz parte da farsa, língua o chicote da vida
Acidental é ser descrente com os correrias
Vacilou é sem desculpas, álcool, pistola e intrigas
Não sou fantoche, nem me guio por controle firma
Deixa o louco caminhar, só vence quem se equilibra
Sem peso morto, só o bonde marchando pra cima
Tenho a crença nos top, os pica, os braços família
É normal eu desviar dos espinhos malandro
Chama os vagabundo cai pra dentro, é o bonde fulano
Moleque novo mas maneiro que segue o recado
Fica no seu papo reto, farto derrota os ingratos
Eu tenho fé em Deus, São Jorge e a virgem Maria
Não viro as costas pra covarde, ligeiro na rima
Sou de Palmares, nego doido de raça que vingam
Sou de apostar na marra, gritos não me intimidam
Eu sou guerreiro, sou Pelé da poeira malandro
Vivo a cada dia como sombra que chega chegando
Bandeira branca representa a classe falida
Quando soar o alarme, os putos destacam na pista
Só gambé na quina, filmagem de canto à canto
Aonde eu prossigo tem uns trouxa que fica bicando
Não me refiro à espaço, atropelo na fala
Sem caô caô pra sem vergonha que sempre embaça

Com a família não se brinca tá ligado irmão
A liberdade canta, vou pra rua som de função
Favela é isso, compromisso na real missão
Estamos prontos pro combate, salve expansão
Eu sou de quebra, o fundão é meu abrigo firma
Junto aos parça, o som que contamina, viva a vida
Eu vou contar liberdade sem amarras pra já
Faço meus planos, pode pá.

É isso memo meu querido, demorou tamo envolvido
Dando credibilidade naquilo que já foi dito
Não vou ficar omisso, não temo conflito
Desconheço o perigo, luto por um gueto unido
Crime não se cansa de chamar, nego não vou me jogar
Cadeia é ruim de aturar, viela louco tá no ar
Sei que cê não vai tremer no barril de pólvora
No bagulho é só você mesmo que faz sua cota
A sociedade fecha as portas, e o crime abre a janela
Mundão que te sufoca, mais um corpo na viela
Com nós ninguém se importa, nossa herança é a miséria
A pobreza e a maldade da policia na favela
O louco aqui vai na banguela, (-Humm, cha...pei!)
No veneno degustado, (-Humm, gos...tei!)
A maldade do inimigo, (-Humm, nem sei)
Com o sangue dos covardes, (-Humm, brin...dei!)
No rap entra sem discurso neguin, cê tá panguando
Sente a vibe, porque Deus tá no comando
O canto que ecoa vem das ruas da perifa
O povo ainda busca vida nova, nova vida

Com a família não se brinca tá ligado irmão
A liberdade canta, vou pra rua som de função
Favela é isso, compromisso na real missão
Estamos prontos pro combate, salve expansão
Eu sou de quebra, o fundão é meu abrigo firma
Junto aos parça, o som que contamina, viva a vida
Eu vou contar liberdade sem amarras pra já
Faço meus planos, pode pá.

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