Letra de 'Pra Cachorrada da Estância' de Terra

Depois de escutá na rádio uma milonga sem sustância
Faço do meu verso churria pra cachorrada da estância
Depois de escutá na rádio uma milonga sem sustância
Faço do meu verso churria pra cachorrada da estância

Cada cachorro que tenho, é um irmão que me arrodeia
E me ajuda a ganhá o puxero lidando com boi e oveia
Temprano saiu pro campo com o Tarrico e o Tarreco
Enquanto o Cacique e o Negrito vem mais atrás com o Maneco
Lá na frente de ponteiro, que nem o índio Sepé
Vem um brazino charrua que atende por Bororé

O Tigre é um oveiero, filho da cadela osca
Que apareceu abixada, tapada de berne e mosca
Ventena é aquele baio, chamado Já-Te-Fisguei
Dum tal de Niqui dos Santos, boleando a tava ganhei
Já o Paisano é um esganado que não refuga comida
Daqueles que engole osso, sem se importá com a saída

Eu aprendi com meu pai, que me disse certa vez
Que criasse só cusco bueno, criollo ou Dinamarquez
Se acaso percise pelear nunca perca a altivez
Cada cachorro pra um home, e o dono pra uns dois ou três

O Maragato outro maula desses patrões dos galpões
Que herdou a alma e a coragem dos seus avós chimarrões
Ficou tapera de um olho de um balaço de nagão
Perdeu as contas das balas que cruzou de refilão

O Tigre é um oveiero, filho da cadela osca
Que apareceu abixada, tapada de berne e mosca
Ventena é aquele baio, chamado Já-Te-Fisguei
Dum tal de Niqui dos Santos, boleando a tava ganhei
Já o Paisano é um esganado que não refuga comida
Daqueles que engole osso, sem se importá com a saída

O Tigre é um oveiero, filho da cadela osca
Que apareceu abixada, tapada de berne e mosca
Ventena é aquele baio, chamado Já-Te-Fisguei
Dum tal de Niqui dos Santos, boleando a tava ganhei
Já o Paisano é um esganado que não refuga comida
Daqueles que engole osso, sem se importá com a saída

O Corrisco é dos maleva que depois de embrabece
Periga a pelear com a morte se a bandida aparecer
Parece um escolta gaucha essa cuscada valente
Um lote dorme nos fundos e o resto cuida da frente
Por isso às vezes no campo, solito num fim de tarde
Lembro os cuscos que morreram acoando... Na minha saudade

O Tigre é um oveiero, filho da cadela osca
Que apareceu abixada, tapada de berne e mosca
Ventena é aquele baio, chamado Já-Te-Fisguei
Dum tal de Niqui dos Santos, boleando a tava ganhei
Já o Paisano é um esganado que não refuga comida
Daqueles que engole osso, sem se importá com a saída