Letra de 'O Ferreiro Troiano' de Nícolas Wolaniuk

Povos tlebeus e tlebócios
E gente que vem da tliboia
Trínicos, trônicos povos
Herdeiros da helena vitória
Venham ouvir a canção
Que vou lhes contar a histórica
De um homem chamado Heitor
Hábil ferreiro de Troia

E o hábil ferreiro troiano Heitor
Por três coisas tinha no mundo amor
A honrada e antiga artesã ferraria
Que lhe ocupava a passagem dos dias
Seu único filho futuro ferreiro
Sua mulher, seu amor verdadeiro
Seu único filho futuro ferreiro
Sua mulher, seu amor verdadeiro

Heitor, nascido troiano, fazia
Escudos de prata à troiana armaria
Mas não se importava e vendia sem medo
As lanças ferozes do exército grego
Entre clientes não há inimigos
Não há medalhas em ferro fundido
Entre clientes não há inimigos
Não há medalhas em ferro fundido

Um dia na casa de heitor estiveram
Soldados troianos astutos e feros
Seu filho levaram a guerra inglória
Tornou-se soldados às fileiras de Tróia
Soldado mais tarde enfim morreria
No impulso brutal da lança inimiga
Soldado mais tarde enfim morreria
No impulso brutal da lança inimiga

E Heitor amargava a perda do filho
No dia em que os gregos, brutais inimigos
Deitaram-lhe a porta com os pontapés
Heitor entregou-se indefeso e a mulher
No jugo perverso do exército grego
Foi feita escrava dos podres desejos
No jugo perverso do exército grego
Foi feita escrava dos podres desejos

E vê-la metida em tão dura mazela
Foi a última vez que haveria de vê-la
Porque o hábil ferreiro troiano Heitor
Tornou-se cativo do Aqueu ferrador
E a honrada e antiga artesã ferraria
Minguava a lembrança de sua agonia
E a honrada e antiga artesã ferraria
Minguava a lembrança de sua agonia

Mas quando a idade de Heitor se mostrou
Na imprecisão, no vagar do labor
Nas lanças mais brandas, mais fracas, serenas
O grego conluio trocou-lhe a pena
Antes um corpo troiano num féretro
Do que um ferreiro incúrio e decrépito
Antes um corpo troiano num féretro
Do que um ferreiro incúrio e decrépito

E a árdua perfídia de um árbitro grego
Fez do epitáfio de Heitor um gracejo
E na pedra de os parcos restos mortais
Ainda se leem as palavras cabais
Entre clientes, não há inimigos
Não há medalhas em ferro fundido
Entre clientes, não há inimigos
Não há medalhas em ferro fundido

Povos tlebeus e tlebócios
E gente que vem da triboia
Trínicos trônicos povos
Herdeiros da helena vitória
Esta canção fecha aqui
Mas tenham em suas mémorias
A sina avessa de Heitor
Pobre ferreiro de Troia